top of page

Pentágono alertou funcionários contra o uso do Signal antes do vazamento de conversas da Casa Branca

Atualizado: 19 de jun.

Top national security officials inadvertently added a journalist to a Signal group chat discussing plans for military strikes in Yemen. Photograph: Thomas Trutschel/Photothek via Getty Images
Top national security officials inadvertently added a journalist to a Signal group chat discussing plans for military strikes in Yemen. Photograph: Thomas Trutschel/Photothek via Getty Images

Boletim enviado em 18 de março dizia que hackers russos poderiam acessar mensagens, enquanto autoridades de Trump minimizam o erro


O Pentágono alertou recentemente seus funcionários para não usarem o Signal, o aplicativo de mensagens criptografadas, devido a uma vulnerabilidade técnica, segundo revelou uma reportagem da NPR.


Essa revelação veio um dia após a revista The Atlantic publicar uma matéria detalhando como altos funcionários de segurança nacional — incluindo o vice-presidente dos EUA e o secretário de defesa — acidentalmente adicionaram um jornalista a um grupo no Signal, revelando planos para ataques militares no Iêmen.


As revelações causaram indignação generalizada com a falha de segurança e repercutiram em círculos diplomáticos ao redor do mundo. No entanto, autoridades do governo Trump tentaram minimizar a gravidade das informações expostas ao jornalista.


Mas, segundo um “boletim especial de segurança operacional (OPSEC)” do Pentágono, obtido pela NPR e enviado em 18 de março, grupos de hackers russos poderiam explorar a vulnerabilidade no Signal para espionar organizações criptografadas, potencialmente mirando em “pessoas de interesse”.


O Signal usa criptografia de ponta a ponta para mensagens e chamadas. Também é um aplicativo de código aberto, ou seja, seu código pode ser auditado por especialistas independentes em busca de falhas. Normalmente, é considerado um método seguro de comunicação.


O memorando geral do Pentágono afirmou que “aplicativos de mensagens de terceiros”, como o Signal, podem ser usados para compartilhar informações não classificadas, mas não devem ser usados para enviar informações não públicas, mesmo que não sejam classificadas oficialmente.


Em resposta à NPR, um porta-voz do Signal afirmou que não estão cientes de nenhuma vulnerabilidade, real ou suposta, que ainda não tenha sido tratada publicamente.


A reportagem da The Atlantic, escrita pelo editor-chefe Jeffrey Goldberg, detalha as mensagens trocadas por altos funcionários do governo Trump e foi amplamente ridicularizada online — destacando a falta de prudência ao discutir ataques militares e o erro original de adicionar um jornalista à conversa sensível. O chat incluía figuras como o vice-presidente JD Vance, o secretário de defesa Pete Hegseth, o diretor da CIA John Ratcliffe, entre outros.


Goldberg não publicou todas as mensagens. Em um podcast liberal na terça-feira, afirmou que recusou-se a divulgar a conversa completa, mesmo após o governo Trump afirmar que nenhuma informação confidencial havia sido compartilhada. Trump classificou o vazamento como uma “falha técnica”.


Políticos democratas criticaram duramente os responsáveis pela segurança. Na terça-feira, durante uma audiência no Comitê de Inteligência do Senado, senadores democratas pressionaram a diretora de inteligência nacional Tulsi Gabbard, o chefe da CIA John Ratcliffe e o diretor do FBI, Kash Patel, sobre o vazamento no Signal.


Goldberg teria recebido informações sobre uma série de ataques aéreos iminentes em áreas controladas pelos Houthis no dia 15 de março, poucas horas antes de os ataques ocorrerem. Segundo os próprios Houthis, apoiados pelo Irã, pelo menos 31 pessoas morreram como resultado dos bombardeios.


Os EUA vêm atacando posições Houthi desde novembro de 2023, após os Houthis começarem a alvejar embarcações comerciais e militares no Mar Vermelho, em resposta aos ataques de Israel contra Gaza apoiados pelos EUA.

 
 
 

Comentários


bottom of page